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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Tempo - Teremos tempo

Numa das leituras da madrugada, nos deparamos, entre tantos conteúdos, com um texto que explicava que Jesus nunca forçou alguém a segui-lo e nem impôs por qualquer meio constrangedor que as pessoas da época aceitassem a mensagem que Ele trazia ao mundo. Também nunca deixou de acreditar em Pedro, mesmo que ele o negasse nas três vezes mencionadas; pelo contrário, até deu-lhe tarefa de grande responsabilidade nos dias que se seguiram. Por outro lado, apesar de ser traído por Judas, não lhe guardou rancor algum.


Infelizmente a maioria de nós não exercita tais condutas, embora passados quase 2.000 anos do exemplo recebido. Não conseguimos ainda mostrar indícios da capacidade de amar ao próximo como a nós mesmos, pois vemos, pelo andar do mundo em geral, que não alcançamos este intento. Estão, todos os dias, pessoas praticando o mal, drogando-se e, portanto, envolvendo-se numa energia tão pesada que acaba por fazer eclodir doenças que vão lhes tirar o sossego de terem uma vida menos atribulada.   

Temos o livre-arbítrio, que faz parte da Misericórdia Divina, para decidirmos os caminhos a tomar, mas preferimos enveredar por labirintos tortuosos de desamor, que certamente nos gerarão grandes angústias. Esquecemo-nos de questionar os motivos pelos quais estamos aqui neste pequeníssimo planeta, e, quando percebemos, o tempo na Terra termina para nós e retornamos ao Plano Espiritual sem termos realizado os principais objetivos pelos quais viemos aqui. Ademais, apesar de vermos exemplos tristes que acontecem na maioria das famílias à nossa volta, ou mesmo na nossa, continuamos a cometer erros. Se nos traem ou nos ofendem, queremos logo revidar, demonstrando o orgulho que nos vai na alma, esse que é o pior dos defeitos da Humanidade.       

Muitos querem a perfeição do outro, mas fazem pouco para se melhorar. Não são capazes de dar bons exemplos, e, apesar do tempo que passou, desde que Jesus esteve aqui e deixou a mensagem compilada no Evangelho, as pessoas de um modo geral pouco mudaram em relação àquela época. Certamente não entenderam, ou tal não lhes conveio, a mensagem do Cristo.

Temos visto que é muito difícil a caminhada no sentido do melhoramento; ela requer um exercício diário com muita disciplina e perseverança, e acabamos fraquejando, mesmo que tenhamos boas intenções, por estarmos num planeta onde ainda predomina o mal. Mas é neste clima adverso que temos de domar nossas ruins tendências para podermos enxergar a Luz Maior.

Jesus continua com o mesmo propósito, não nos constrange e deixa-nos à vontade, no sentido de segui-lo ou não. O bom disso tudo é que teremos tempo em outras vidas futuras para recuperarmos a caminhada perdida, já que uma única vida, como alguns pensam ter, é insuficiente para chegarmos a exteriorizar uma resignação necessária.


Nilton Moreira, Teremos tempo – O Consolador, N.º 560 – 25/03/2018


Tempo - Dois tempos, duas velocidades

Quando somos crianças, vivemos a velocidade do tempo cronológico, beneficiando de uma inocência natural de quem não é influenciado pelo tempo do pensamento, tirando partido de cada oportunidade.

Ao crescermos, ainda na juventude, passamos a viver nas condições impostas pelo funcionamento mental.

Para que possamos perceber a ideia destes dois funcionamentos vamos dar um exemplo.

Imagine que faz uma viagem de carro, sai de sua casa em direção a uma outra terra que fica a 100 Km. Durante a viagem tem duas opções:

1 – Segue com atenção a paisagem, aproveitando a sua viagem e mantendo-se no tempo cronológico.

2 – Fica com o seu pensamento na sua terra ou na terra de destino, completamente absorvido por este movimento mental, como tal, perdendo a oportunidade de apreciar a viagem.

Podemos perceber que a segunda forma é um movimento mental, dentro de nós, onde gastamos um determinado tempo sem sair da “sala” do pensamento, criando a nossa realidade.

Esta forma de viver é a forma que a humanidade tem mantido, gerando toda confusão e sofrimento que tem suportado.

Vamos dar um exemplo para mostrar que esta forma de funcionamento se estende ao habitual em quase todas as situações que passamos.

Imagine que foi operado e está em recuperação. É normal que aconteçam dores pós-operatórias e durante as dores nós sofremos, mas, após tomar a medicamentação, não sentimos dores. Nós temos duas formas de lidar com esta situação:

1 – Sinto as dores e sofro de forma natural, mas quando tomo a medicamentação vivo o presente sem dores, aproveitando esses momentos.

2 – Permito que o sofrimento do que estou a passar se instale em mim e através do pensamento sofro. Quando tenho dores sofro por ter dores, quando não as tenho, sofro porque não queria passar por aquilo, como resultado, sofro toda a recuperação, vivendo em meu pensamento tal como no exemplo da viagem do carro.

Esta forma de funcionamento é muito mais enraizada do que os dois exemplos já colocados.

Vamos a um terceiro exemplo. Quando tenho uma discussão ou um problema que me aparece, tenho duas formas de agir:

1 – Passo pelo problema, se tiver hipótese de resolver resolvo logo, se não, espero que surja a hipótese sem o carregar dentro de minha cabeça. A minha vida é muito mais do que qualquer problema, aliás, só em problemas que vão aparecendo são inúmeros, carregar todos eles, seria um peso enorme e ensina-me o passado que eles são passageiros como o tempo.

2 – Levo o problema comigo e fico a pensar nele o tempo todo. Já sabem o resultado desta forma de viver. Quando ganhamos este hábito, caminhamos para um carácter obscuro que nos irá levar à angústia persistente, à amargura com as pessoas, à agressividade e à depressão.

Infelizmente, nós usamos a memória para carregar tudo o que é negativo. A culpa não é desta porque a memória é uma gravação contínua independente da nossa vontade, com uma capacidade impressionante. A culpa é da forma como nós permitimos o funcionamento de nossa mente, constantemente a remoer em nossa memória, naturalmente magnetizada pelas imagens negativas.

O hábito de funcionamento mental é o que chamamos de carácter, por isso as pessoas que permitem este tipo de funcionamento tornam-se amargas e negativas em sua forma de estar e com o passar do tempo apenas piorará.

O funcionamento do pensamento é automatizado, isto dito por Carl Gustav Jung, pai da Psicologia Analítica. Isso explica por que Jesus nos aconselha uma vigília constante e, quando percebermos que este está errado, então oramos para não agirmos incorretamente ou sob tentação, como preferirem. Reparem que temos que superar o pensamento através da vontade.

Maioria de nós acredita que todo o pensamento é um resultado lógico de si próprio, logo, agem em conformidade com este, sem questionar este movimento, anulando a preocupação da ação.  Para estes, só salta à vista o pequeno conjunto de pensamentos que têm enraizados em si como errados.

Esta forma de funcionamento, construtora de seu carácter, anula por completo o seu Livre-Arbítrio.

Nós temos ideia que o pensamento é nossa criação lógica, logo, é o nosso livre-arbítrio, mas, para além do conselho de Jesus para termos um cuidado especial com este, a psicologia já chegou à conclusão de que este é gerido por um automatismo aleatório à vontade, detentor de um magnetismo impressionante que nos cega e dirige, alertado por Paulo de Tarso na sua famosa frase que nos aconselha “desperta, ó tu que dormes de entre os mortos…”

Aquele que por hábito segue o seu pensamento sem o questionar, vive adormecido na cela de sua mente na ilusão de que é dono de si próprio e do seu caminho.

Bruno Abreu, Dois tempos, duas velocidades 
                                                                – O Consolador, N.º 689 – 27/09/2020

Tempo - Nossa jornada e o tempo

Multidões atormentadas, corações inquietos, almas indecisas perguntando pela justiça de Deus espalham-se pelo planeta.

Caminhando na longa jornada evolutiva, deparamo-nos com doentes e desalentados esperando a intervenção Divina e, na condição de necessitados, aguardamos cuidadosamente, no íntimo da acomodação, a manifestação do Alto, a nosso favor, esquecendo-nos de que Jesus é o Amigo renovador que transforma, convidando-nos mais para alçar às esferas mais altas.

Fica claro para nós que os discípulos que conviveram mais diretamente com o Cristo, recebendo o impulso renovador, experimentaram verdades extremamente entendidas, vivendo no mundo, mas fora dele, transformando seus objetivos e o sentido de suas existências. No curso do tempo, os apóstolos dispersaram-se, ensinando em várias regiões que “mais vale dar que receber”. Assim, os séculos se passaram e suas obras resistiram e continuam a ser espalhadas como sementes. Todavia, entendemos que viver hoje os ensinamentos de Jesus ainda nos é difícil, porque as dificuldades estão dentro de nós, por tomarmos atalhos que mais satisfazem nossos interesses, desejos e caprichos imediatistas.

Então, como poderemos resistir a esses impulsos? O desafio é grande e está exatamente em sair do comodismo, aceitando o sofrimento como uma alavanca que nos impulsiona, combatendo as paixões do mundo com vontade firme, confiando sempre, acreditando que os puros de coração serão bem-aventurados e verão a Deus. Mas, na verdade, até o momento, não amenizamos as agressões, não conseguimos perdoar com facilidade, não toleramos as falhas alheias e nem procuramos diminuir a miséria do mundo, porque ainda precisamos entender que “fora da caridade não há salvação”.

A mensagem redentora trazida pelo Mestre representa, a cada um de nós, o remédio para todos os males, pois, o Evangelho exprime um patrimônio precioso que indicará o caminho a ser atingido, mais cedo ou mais tarde: a compreensão à elevada destinação que nos aguarda. 

Entretanto, muitas vezes nos perdemos nas estradas sinuosas da existência, porém, sempre haverá novas oportunidades de recomeçar a jornada ao encontro de Deus.

Em certa ocasião, Jesus convidou-nos: “Vinde a Mim todos vós que sofreis e vos aliviarei”. Assim, através do tempo, todos nós, imperfeitos, O procuramos: os oprimidos, os aflitos, os doentes, os perseguidos, os desamparados, os tristes e toda uma legião de sofredores, a fim de ouvir-Lhe as instruções. E o Mestre, suavemente nos reconforta e esclarece, mostrando-nos a trajetória para chegar até Ele. Reergue o nosso ânimo e nos guia para a verdade, iluminando nossos corações e inteligência.

O meigo Rabi traz consigo a fé e o otimismo, que tiveram seu início na estrebaria singela e continuam até hoje, porque sabe o que existe em nós, conhece nossa pesada e escura bagagem do pretérito e, mesmo assim, não deixa de nos estender amorosamente Suas mãos. Por isso, é imprescindível viver esses ensinamentos através de nossas renovações, ainda que passo a passo, para um novo amanhecer, apoiados e sustentados na fé e na misericórdia Divina.

Estamos na senda evolutiva do aprimoramento, onde a mais profunda felicidade será vivida nas oportunidades infinitas de servir, desprendendo-nos e nos doando sempre, aumentando a capacidade de amar e de nos integrar à vontade Maior.

Um dia chegaremos a nos identificar com todo o Universo, pois viveremos e sentiremos os ensinamentos benditos, anunciados: “Eu e o Pai somos um”; “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”. (João, 14:6)
Desta forma, entenderemos que somente em Jesus encontraremos força necessária para domar nossas paixões, pois só Ele tem a verdade que esclarece, a vida que alimenta e o caminho que nos conduz a encontrar Deus em nós.

Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-O nas lições abençoadas, bendizendo os empecilhos da marcha e conservando a esperança, a fé e a alegria na transformação do tempo, em dádivas do bem-estar maior. A verdadeira renúncia, perceberemos, não está na desistência da luta edificante, e sim, no trabalho silencioso ao auxílio àqueles que nos propomos auxiliar. 

Em matéria de renunciação, não nos esqueçamos do exemplo do Mestre que, vilipendiado, escarnecido, dilacerado e crucificado, renunciou a alegria de permanecer em Seu divino apostolado, aceitando o sacrifício, voltando aos discípulos enfraquecidos, para revelar Seu excelso e sublime Amor por toda a humanidade.

A Terra é grande escola para nosso Espírito, um livro enorme em que poderemos ler a mensagem do Amor Universal que o Pai nos envia, desde a gota de orvalho até a luz do sol que brilha a todos. Desta maneira, poderemos sentir o apelo da Infinita Sabedoria ao serviço de cooperação a todos os nossos irmãos em humanidade.

O sinal dos novos tempos que se avizinham está visível aos olhos de todos, e com os conhecimentos evangélicos que já possuímos, estaremos capacitados a reconhecer esses ciclos. Sejamos uma carta viva do evangelho através do esforço e vontade, a fim de sermos verdadeiros seguidores e servos de Jesus, batalhando para que Seus ensinamentos encontrem guarida em nosso mundo e que se efetivem o Seu reino de glória e de fraternidade, unidos, para fazermos parte do imenso rebanho que obedecerá a voz de um só pastor.


Temi Mary Faccio Simionato, Nossa jornada e o tempo 
                                                                – O Consolador, N.º 546 – 10/12/2017

Godoy Paulo Alves, Livro: Quando Jesus teria sido maior, (pags. 7 e 15).

Schutel Cairbar, Livro: Parábolas e ensinos de Jesus, (pg. 360).

Tempo - O acerto do tempo pela reencarnação

 É intrínseco aos Espíritos Puros, fazerem o certo; nós, que pertencemos ao conjunto daqueles menos adiantados, ou seja, da categoria dos que são da classe de Expiações e Provas, ainda demoraremos muito a alcançar a perfeição.

Bem, essa questão depende do ponto de vista de cada pessoa. De nós, seres humanos comuns, com uma visão limitadíssima, a qual temos, podemos enxergar as coisas como se estas fossem muito demoradas, podendo tardar séculos ou até mesmo milênios.

Da parte de um Puro Espírito, esse mesmo tempo pode não representar maiores jornadas, mesmo que o período temporal seja igual para os dois indivíduos.

É certo que, para este último, parece dar-se a impressão de que os minutos correm mais rápido.

Caros leitores, vejamos as palavras daquele a quem o Sublime Pegureiro designou de Cefas, na sua segunda epístola:

“Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3,8).

Falando isso, deixou claro que a percepção do tempo para os superiores é muito mais veloz.

Tomemos como exemplo, ou como base, um jovem com 5 anos de idade e um senhor sexagenário com os seus sessenta e alguma coisa.

Perguntemos a ambos se 30 anos está longe ou perto? O primeiro, em uma forma de dizer, falará que essa distância é inatingível, de tão distante que está para ele. O segundo, igualmente de forma alegórica, dirá que nem tanto assim, pois parece que foi ontem mesmo de tão perto. Viram, leitores? embora o tempo seja igual para as duas pessoas, a percepção delas para ambas em relação aos anos, que ainda serão ou que já foram vividos é completamente diferente.

Mas não estamos aqui para falar do “tempo”, mas sim do “acerto”.

Tranquilamente podemos dizer que a meta de cada um de nós, filhos do Pai Altíssimo, “já que Ele não faz acepção de pessoas” (Romanos 2:11), é evoluir até nos tornarmos Espíritos Puros.

Jesus estava certo quando nos disse: “... Vós sois deuses!” (João 10:34), querendo assim dizer que o germe da perfeição já estava em nós, e, através da reencarnação, nós chegaríamos a ela e estaríamos com o Pai Maior.

Deus nos criou simples e ignorantes (1) e, quanto mais praticarmos o bem, fizermos boas ações, obviamente, galgaremos o patamar da “classe seguinte de Espíritos”, até alcançar a nossa meta que é atingir a perfeição relativa, pois, a perfeição absoluta somente Deus a possui.

Apeguemo-nos à expressão “classe seguinte de Espíritos”. Ela está intimamente ligada à reencarnação.

O que seria do Espírito se não fosse a palingenesia?

Se não fosse a reencarnação, Deus não seria justo e bom como é. Pois seria inadmissível nascerem crianças já doentes, com aleijões etc., enquanto outras, nascem totalmente saudáveis.

Outra coisa: seria injusto uns virem a este mundo completamente desprovidos de recursos materiais e reencarnarem em um meio com todos os tipos de dificuldades, enquanto outros já nascessem numa total opulência; afinal de contas, eles teriam uma menor chance de falir em suas provas. Não seria isso uma injustiça, ainda mais vindo de um ser que tudo sabe e tem pleno conhecimento do futuro?

Não irei me alongar, pois são muitas as diferenças que permeiam uns e outros. Agradeçamos ao Supremo Criador pelo advento da reencarnação.

Destarte, tendo o Magnânimo Criador em sua infinita sabedoria criado a reencarnação, é como falei alhures, galgaremos o patamar da “classe seguinte de Espíritos”, e sendo que o mesmo nunca regride, no máximo estaciona, na maioria das vezes evoluciona, mesmo estando na primeira classe dos Espíritos, seremos próximos ao Criador Supremo.

Hugo Alvarenga Novaes, O acerto do tempo pela reencarnação

                                                                 – O Consolador, N.º 574 – 01/07/2018

(1) Kardec Allan, O Livro dos Espíritos, (q. 115.)




Tempo - O cinzel do tempo

“Não te canses de fazer o bem. Quem hoje não te compreende a boa vontade, amanhã te louvará o devotamento e o esforço.” (Emmanuel)

O bem realizado é o cinzel do tempo: nem todos assim o compreendem; mas que isso não nos seja motivo de desespero ou desânimo!

No tempo exato, quando não nos houvermos cansado de fazer o bem, os beneficiados reconhecerão nosso devotamento e esforço. Mas…

… Se não os reconhecerem (e aí está a mensagem da Bem-Aventurança), Deus os contabilizará.

Assim ocorre com lagartas antes de serem borboletas; com o ferro, perante o fogo e o malho;
Com a semente na cova escura e úmida; e com o mármore bruto antes de converter-se em arte.

A feiura da lagarta; malho e fogo; a cova escura e o cinzel, que pareciam ser-lhes algozes…

… Mostram-se como o cinzel do bem que o tempo lhes presenteou:

A bela planta, a borboleta, a obra de arte… são produtos da perseverança do bem burilado com esforço no tempo.
* * *
Nada se perde nas tarefas do bem; pois não há bem pequeno, médio ou grande: todo ele é robusto!

Quantos filhos rebeldes não reconheceram, mais tarde, o esforço de seus tutores para forjá-los no bem? Quantos ‘nãos’ doídos foram necessários para temperar índoles?

Se procurarmos na história verificaremos exemplos a mancheias disso:

De filhos que reconheceram a abnegação de seus pais, após muitos anos de lapidação, burilamento, exemplificação, anulação…

… Tal como na dilaceração do cinzel; no peso do malho e no calor do fogo; na resignação e compreensão da lagarta; e no silêncio da cova fria, úmida e fértil.
* * *
O bem é produto de nossa vontade, perseverança, cansaço. O mal já não nos requisita tanto!…

(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido, Fonte Viva, ditado por Emmanuel, Cap. 124 Não te canses; 1ª edição da FEB.)

 Claudio Viana Silveira, O cinzel do tempo – O Consolador, N.º 564 – 22/04/2018

Emmanuel, Livro: Fonte Viva, (Cap. 124, Não te canses), (Chico Xavier)

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Tempo - Tempo

Todos se queixam que o tempo está passando muito rápido. Minha esposa Neli Tavares Martins viu pela TV Educativa do Rio de Janeiro, antes de ser TV Nacional, concretizando o sonho alcandorado do educador Gilson Amado, creio que no programa Sem Censura, uma pessoa entendida em Astronomia dizendo que, de fato, ocorreu uma rápida alteração na aceleração do movimento rotatório da Terra. Mas esta variação foi mínima, de modo que as 24h permanecem ainda sendo 24h por dia. Não fora assim, e a força centrífuga nos atiraria a todos no espaço sem fim! 

Ignorante em muitas coisas, inclusive na ciência dos astros, quero crer que a vida que se leva ultimamente é que se tem feito muito corrida. Com a mídia nos bombardeando com notícias de todas as partes do Mundo, sobretudo as notícias de tragédias pessoais e sociais, em tempo real, temos esta sensação de corrida sobre o tempo, em busca, diria Proust, do tempo perdido.

O Eclesiastes nos fala, no Velho Testamento, que há tempo para tudo. Para nascer e para morrer. Para semear e para recolher. Para trabalhar e para repousar. Foi-se o tempo em que as crianças, pelo menos pelo que vejo em meu derredor, cantavam a ciranda, cirandinha, vamos cirandar. Foi-se o tempo em que minha saudosa mãezita Maura do Nascimento Martins (1923-1997) nos contava a mim e à única irmã Célia fatos de sua terra natal, nos carnavais dos Campos dos Goytacazes. Foi-se o tempo em que, sentado à mesa do lar materno (ou paterno, você escolhe o melhor adjetivo!), punha-me a escrever sonetos e contos. Foi-se igualmente o tempo em que meu pai, ainda entre nós (com 89 anos em agosto de 2008), mostrando o céu pintadinho de estrelas, dizia que lá moravam outros Espíritos na imensa casa do Pai Celestial. E nós, crianças, como sonhávamos, enlevadas!

No livro “Ação e Reação”, o Espírito André Luiz, escrevendo pelo lápis psicográfico do saudoso Chico Xavier, já dizia que “o tempo é a nossa bênção... Com os dias coagulamos a treva ao redor de nós e, com os dias, convertemos esta mesma treva em sublimada luz”. 

Por sinal, já mandou você uma carta pelo correio tradicional (não um correio eletrônico, frio, tecnológico, rápido) a um amigo com o qual não tenha contato devido ao correr da vida moderna? Não? Faça já! Será agradável surpresa! O tempo (e aí valho-me de um pensamento de autor desconhecido) modifica as ideias mais radicais, atenua as maiores paixões, faz desmoronar os castelos mais sólidos, e sonhos então... nem pensar. O tempo só não toca nos amigos que não se desfazem pela distância. Estão sempre unidos pela geografia do coração. (Cx. Postal 61003, Vila Militar, Rio de Janeiro, RJ, CEP21615-970.)

Celso Martins, Tempo – O Consolador, N.º 141 – 17/01/2010

Tempo - Reflexões sobre o tempo

É muito comum ouvirmos canções se referirem ao tempo, dando-lhe certo louvor, exaltando lhe a existência, colocando-o no ponto mais alto de toda a sublimada majestade.

É não raro viajarmos pelos versos dos mais diversos poemas, em que o tempo se desliza na doçura das entrelinhas das mais belas poesias, sendo exaltado e celebrado pela alma sublime do poeta.

Também podemos perceber a exaltação do tempo neste ou naquele estilo ou modalidade da arte, expressada nos movimentos dos traços da pintura de um quadro, na cadência melódica de uma sinfonia, nos detalhes sutis de uma escultura e assim por diante...

Na rotina coloquial, então!!!
A palavra “tempo” ganha significados dos mais diversos.

É o tempo referindo-se a uma jornada ou trajetória vivida, dividindo-o no famoso “antes” e “depois”.

É o tempo dos plantios e o das colheitas; a época certa para cada coisa e para todo lugar.

Durante o exercício do namoro, um dos namorados diz ao outro: - “... preciso dar um tempo!

É o tempo de cada verbo, dos mais fáceis e, também, dos mais difíceis de conjugação; estes últimos, tão cobrados pelos professores de português e de outras línguas.... Eh! Lembro-me bem!

Lembro-me de, quando criança, minha mãe dizia para mim e aos meus irmãos: - Não fiquem aí no tempo, vêm pra dentro! Tá frio aí fora!
Referindo-se ao clima, à temperatura.

E o serviço de meteorologia nos informa para hoje e amanhã: - Previsão de tempo chuvoso em toda a região de...

Ou se preferir: - Previsão para hoje e para amanhã: Tempo ensolarado em toda a região, com previsão de pancadas de chuva à tarde!

E assim se vão, e vamo-nos, em relação a esse tão adorado e, ao mesmo tempo, tão desprezado tempo em nosso cotidiano...
*
E o tempo do ponto de vista de Jesus?

Qual o sentido da palavra “tempo” que Jesus nos passa nos Evangelhos, em favor da nossa evolução moral e espiritual?

O divino Mestre Jesus, através do Evangelho de Marcos, capítulo 2, versículos de 23 a 28, ao ser questionado a respeito do sábado, respondeu-lhes incisivamente: - “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”.

Por outras palavras: “o tempo foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do tempo”.

Emmanuel, através da abençoada psicografia de Chico Xavier, nos esclarece, através da lição nº 01, cujo título “O tempo”, do livro “Caminho, verdade e vida”, que: o tempo é concessão divina em favor do aperfeiçoamento espiritual.
*
Oh! “Tempo Rei”, diz a canção, originalmente, na voz do tão inspirado cantor e compositor Gilberto Gil.

Oh! Tempo! Abençoado instrumento de evolução espiritual dos aprendizes das tarefas árduas desta tão divina oficina Terra.

Que possamos aproveitar bem esta oportunidade bendita de aperfeiçoamento nesta oficina de nós mesmos, promovendo todo o bem ao nosso alcance.

Onde temos a oportunidade edificante de nos remendar;

De nos desmontar e de nos virar pelo avesso;

De nos costurar e nos recosturar e de nos reconstituir;

De descobrir o que em nós precisa de reforma e de conserto;

De reabilitação de nós mesmos, imortais, para a vida eterna.

Bendito e abençoado tempo!
Bendita e abençoada oficina Terra!

Agradeçamos a Deus, Pai de amor e bondade, em nome de Jesus, divino Mestre, pela oportunidade do Tempo e da oficina Terra!

Fiquem com o meu abraço fraterno! E muita paz!

Yé Gonçalves, Reflexões sobre o tempo – O Consolador, N.º 549 – 07/01/2018 

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Tempo - Calma! Cada coisa a seu tempo

Para prevenir os efeitos sempre lamentáveis das precipitações e ansiedades desnecessárias de tudo querer explicar, de fechar questão com temas ainda geradores de dúvidas e que, naturalmente, necessitam ainda de mais aprofundamento e até do amadurecimento da consciência humana, separo o valioso trecho do item 7 – capítulo 24 – de O Evangelho segundo o Espiritismo

“O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideradamente.
Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência.
É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade.
Se a houvessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número e teria mesmo assustado aqueles que não se achavam preparados, o que seria prejudicial à sua propagação.
Se os Espíritos, portanto, ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque a doutrina possua mistérios reservados aos privilegiados, nem que eles ponham a candeia debaixo do alqueire, mas porque cada coisa deve vir no tempo oportuno.
Eles dão a cada ideia o tempo de amadurecer e se propagar, antes de apresentarem outra, e aos acontecimentos, o tempo de lhes preparar a aceitação.”
A não observância de tão clara orientação tem sido causa de muitas polêmicas dispensáveis que só o que fazem é desviar do objetivo principal. Então, calma! Cada coisa vem mesmo a seu tempo. Isso não significa, dizer, em absoluto, que devemos cruzar os braços. Não! A pesquisa, o estudo, continuam!

Orson Peter Carrara, Calma! Cada coisa a seu tempo 
                                                                                – O Consolador, N.º 697 – 22/11/2020 

Tempo - Matando o tempo

Especialistas e interessados no assunto informam que na atualidade o tempo é um estudo especialmente quente na Física. A procura de uma teoria unificada força os físicos a emitir diversas opiniões sobre essa matéria. Existem físicos que afirmam que não existe algo como o tempo. Outros existem, contudo, que defendem a ideia da existência do tempo como fundamento e que não deveria ser rebaixado. O que se sabe é que essas ideias são debatidas desde os pré-socráticos. E o pessoal das ciências formula propostas e mais propostas. Há quem diga que o tempo é uma curvatura do espaço formando cenários de eventos. Bem, de uma forma ou de outra, o fato é que vivemos em tempos macros e micros que passam e se esvaem.

Craig Callender, professor de filosofia da Universidade da Califórnia em San Diego, Estados Unidos, coloca que: “O tempo provê uma ordenação completa de todos os eventos no mundo. A simultaneidade é absoluta – fato independente do observador. Além disso, o tempo deve ser contínuo, de modo que possamos definir a velocidade e a aceleração”.

Certo dia, numa aula de evangelização da mocidade, Cristina Luch perguntou a um palestrante se o tempo de três anos que Jesus utilizou para Suas convivências públicas e Seus ensinamentos e feitos foi previsto, anteriormente ou se seguiu a uma ordem natural dos eventos. Todo mundo calou frente a tão profunda pergunta. O palestrante, antigo na arte da retórica, entendeu que teria pouco tempo para responder com justiça e sabedoria àquela adolescente que provavelmente surgiu das brumas de uma colônia espiritual de estudos.

– Sim. Todo o tempo de Jesus foi previsto. Desde o momento em que decidiu encarnar entre os humanos até o instante da Sua ascensão, de volta aos planos que habita.

E o que levou o palestrante à convicção da sua resposta? Exatamente a lógica existente na taxação dos tempos destinados a cada evento. Ora, ao sairmos de casa para uma tarefa, temos o tempo próprio a ela. A hora da consulta, da aula, da viagem. A hora do mercado, da loja, dos eventos sociais. Tudo é definido antes e tudo deve ocorrer dentro daquela previsão de tempo que não sofre solução de continuidade. Se não cumprirmos a proposta previamente estabelecida, o tempo correrá independente. E é aí que necessitamos parar e refletir. Voltando à afirmativa de Craig Callender de que “o tempo provê uma ordenação completa de todos os eventos do mundo”, compete-nos igualmente prover nossas justas adequações ao tempo de que dispomos.

Muitos encarnados esquecem-se disto e deixam a vida correr à solta, iludidos que se acham na esteira do tempo. Quantos são convidados para as tarefas de adaptação espiritual e preferem as tormentas incendiárias das volúpias desalinhadas, deixando para depois o tempo dos ajustes. E o fazem sem ao menos saberem do tempo que lhes resta. Uma encarnação é preparada, pensada, repensada. O encarnado traz consigo não só os deveres sociais da automanutenção e garantias da sobrevivência da espécie. Traz também um projeto de aperfeiçoamento. Provavelmente, todos os encarnados são devedores, em determinadas escalas, junto às leis naturais do universo.

O tempo passa a ser nosso aliado por facultar-nos constantes vivências. Com elas surgem as oportunidades de ajustes e ampliação dos conhecimentos e, dos efeitos dessas ações permanentes, avaliações necessárias para a continuidade dos nossos sãos crescimentos. Será que agimos assim? Ou temos matado o tempo a bel-prazer, como senhores indébitos de um relógio que não está em nossas mãos?

As enciclopédias colocam que as ampulhetas eram frequentemente utilizadas em navios, igrejas e, no início da utilização do telefone, para contar o tempo despendido numa chamada. Esta prática era comum em algumas casas comerciais. Vejamos o símbolo de uma ampulheta colocada sobre uma mesa enquanto alguém conversava ao telefone. Com certeza reduzia palavras, tornando-se mais objetivo para pagar menos pela ligação. A objetividade é, pois, corolário do tempo. Sendo assim, não seria de bom alvitre sermos objetivos no transcurso das nossas encarnações? Todos retornaremos aos planos espirituais. Em lá chegando teremos que avaliar o que fizemos e o que deixamos de fazer. Os espíritas, em especial, terão muito o que dizer das suas administrações, uma vez que muito recebem por aqui. Sabemos que as ampulhetas foram muito utilizadas na arte para simbolizar a transitoriedade da vida. A morte, por exemplo, é muitas vezes representada como um esqueleto com uma foice numa das mãos e uma ampulheta na outra.

O filósofo francês Mauriece Merleau-Ponty argumenta que a tendência que temos de acreditar que o tempo flui é resultado de esquecer de colocarmos a nós mesmos e nossas conexões com o mundo no quadro geral. De acordo com o filósofo, o tempo passa para os outros e não para nós e vamos vivendo nesta ilusão. De repente olhamos no espelho e vemos outra face, outros cabelos, onde rugas e esbranquiçamentos destoam daquela aparência juvenil que acreditamos ainda possuir. E então dizemos, vencidos:

– É, o tempo passou!

E lá vamos nós questionar a Deus, achando ser Ele o responsável por aquele absurdo, por aquela ação repentina do tempo, por aquela situação indesejada, culpando-O de ter se esquecido de nós, de não ter nos alertado no tempo certo, ajudando-nos a nos servir melhor do tempo que Ele próprio nos concedeu para aquela encarnação, para aquele evento de magna importância. A espiritualidade coloca sabiamente no livro Pontos e Contos, de Irmão X, na psicografia de Chico Xavier que:

– Deus nunca te esqueceu. Foste tu que lhe esqueceste as bênçãos no caminho do mundo. Cuidaste apenas de matar o tempo e o teu tempo agora permanece morto. Trabalha para ressuscitá-lo, meu amigo, perante a bondade do Senhor. As lutas do coração desfazem as trevas que rodeiam a alma. Não esqueças a longa estrada que ainda tens de percorrer...

Assim, para os tempos macros, não existem aposentados, nem aposentadorias e muito menos fixações a elas. Não existem tempos ermos nem tempos para matar. Na esteira geral do tempo do universo estamos todos inseridos, portanto, muito temos que realizar. Nascer, morrer e renascer na Terra é Lei, segundo anotações de Kardec e não basta nascer e renascer somente, pois: “As formas fazem e se desfazem todos os dias”, segundo Áulus, mentor de André Luiz. Aproveitemos enquanto é tempo. Diz o poeta que: “É tempo de saber que o tempo não tem tempo para esperar o seu tempo de dormir e brincar...”. Assim sendo, que venham as auroras e os crepúsculos e que neles estejamos em plenas atividades
salvaguardoras das nossas sadias realizações e crescimentos espirituais. Para isto fomos criados por Deus para a imortalidade que nos permeia.

Guaraci de Lima Silveira – Matando o tempo, O Consolador, N.º 251 – 11/03/2012


quarta-feira, 7 de junho de 2023

Tempo - O tempo

 “Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.” 
— Paulo. (Romanos, capítulo 14, versículo 6.) 

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo. 

Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus. 

Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção. 

Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual. 

É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho? 

Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma. 

A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.

Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.

Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.

Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Elucidações de Emmanuel, O tempo – O Consolador, N.º 178 – 03/10/2012

Emmanuel, livro: Caminho, Verdade e Vida, (Cap. 1), (Chico Xavier.)

Tempo - Teremos tempo

Numa das leituras da madrugada, nos deparamos, entre tantos conteúdos, com um texto que explicava que Jesus nunca forçou alguém a segui-lo e...