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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Tempo - Tempo

Todos se queixam que o tempo está passando muito rápido. Minha esposa Neli Tavares Martins viu pela TV Educativa do Rio de Janeiro, antes de ser TV Nacional, concretizando o sonho alcandorado do educador Gilson Amado, creio que no programa Sem Censura, uma pessoa entendida em Astronomia dizendo que, de fato, ocorreu uma rápida alteração na aceleração do movimento rotatório da Terra. Mas esta variação foi mínima, de modo que as 24h permanecem ainda sendo 24h por dia. Não fora assim, e a força centrífuga nos atiraria a todos no espaço sem fim! 

Ignorante em muitas coisas, inclusive na ciência dos astros, quero crer que a vida que se leva ultimamente é que se tem feito muito corrida. Com a mídia nos bombardeando com notícias de todas as partes do Mundo, sobretudo as notícias de tragédias pessoais e sociais, em tempo real, temos esta sensação de corrida sobre o tempo, em busca, diria Proust, do tempo perdido.

O Eclesiastes nos fala, no Velho Testamento, que há tempo para tudo. Para nascer e para morrer. Para semear e para recolher. Para trabalhar e para repousar. Foi-se o tempo em que as crianças, pelo menos pelo que vejo em meu derredor, cantavam a ciranda, cirandinha, vamos cirandar. Foi-se o tempo em que minha saudosa mãezita Maura do Nascimento Martins (1923-1997) nos contava a mim e à única irmã Célia fatos de sua terra natal, nos carnavais dos Campos dos Goytacazes. Foi-se o tempo em que, sentado à mesa do lar materno (ou paterno, você escolhe o melhor adjetivo!), punha-me a escrever sonetos e contos. Foi-se igualmente o tempo em que meu pai, ainda entre nós (com 89 anos em agosto de 2008), mostrando o céu pintadinho de estrelas, dizia que lá moravam outros Espíritos na imensa casa do Pai Celestial. E nós, crianças, como sonhávamos, enlevadas!

No livro “Ação e Reação”, o Espírito André Luiz, escrevendo pelo lápis psicográfico do saudoso Chico Xavier, já dizia que “o tempo é a nossa bênção... Com os dias coagulamos a treva ao redor de nós e, com os dias, convertemos esta mesma treva em sublimada luz”. 

Por sinal, já mandou você uma carta pelo correio tradicional (não um correio eletrônico, frio, tecnológico, rápido) a um amigo com o qual não tenha contato devido ao correr da vida moderna? Não? Faça já! Será agradável surpresa! O tempo (e aí valho-me de um pensamento de autor desconhecido) modifica as ideias mais radicais, atenua as maiores paixões, faz desmoronar os castelos mais sólidos, e sonhos então... nem pensar. O tempo só não toca nos amigos que não se desfazem pela distância. Estão sempre unidos pela geografia do coração. (Cx. Postal 61003, Vila Militar, Rio de Janeiro, RJ, CEP21615-970.)

Celso Martins, Tempo – O Consolador, N.º 141 – 17/01/2010

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